A ovodoação como alternativa para realizar o sonho da maternidade
O desejo de engravidar é o sonho de muitas mulheres, mas muitas vezes acaba sendo adiado pelo desejo de primeiro conquistar a carreira profissional, a estabilidade financeira, encontrar um parceiro ideal ou outros motivos.
A taxa de mulheres grávidas por idade cai bruscamente. Ate 35 anos, existe uma possibilidade de 20% por ciclo da gravidez ir em frente. Aos 40 anos, 5%. E, com 45, apenas 1%. Ou seja, a capacidade reprodutiva da mulher vai diminuindo progressivamente com o avanço da idade, mas não é a única causa da infertilidade.
Algumas mulheres mais jovens também têm a reserva ovariana diminuída por falência ovariana prematura (menopausa precoce), endometriose ou decorrente de tratamentos oncológicos. Para estes e outros casos, a ovodoação destaca-se como uma das alternativas para a mulher que sonha com uma gravidez.
A ovodoação consiste em fertilizar óvulos de mulheres saudáveis com idade igual ou inferior a 33 anos e transferi-los para mulheres que apresentam falência ovariana, ou seja, que não estão mais produzindo óvulos com boa qualidade. Ou ainda para mulheres com idade avançada, que tiveram diminuição do seu potencial de fertilização. Isso porque o importante para as taxas de sucesso de gravidez é a idade do óvulo, não necessariamente a do útero que ira recebê-lo.
“A ovodoação permite que a mãe geste um filho dentro do seu útero. Além de sentir todas as sensações da gestação, esta mulher tem a chance de passar para o feto suas características epigenéticas (“além da genética”) através dos seus próprios hábitos e estilo de vida, e por isso a técnica tem sido bem aceita pelas pacientes”, explica Dra Mila Cerqueira.
No Brasil, atualmente o procedimento deve ser por meio de doação anônima, respeitando as exigências do Conselho Federal de Medicina (CFM). Dessa forma, sigilo e anonimato são fundamentais nos tratamentos que envolvem a doação de gametas.
A doadora deve ter no máximo 33 anos, ter boa saúde, reserva ovariana adequada e sem fator aparente de infertilidade. Assim, a chance condizente com esse óvulo é “repassada” para a receptora. A busca por doadoras é realizada de acordo com as semelhanças físicas entre doadora e receptora, além da compatibilidade do grupo sanguíneo de ambas.
No momento da coleta de óvulos da doadora, esses óvulos poderão ser fertilizados com o sêmen do casal receptor ou congelado para uso em momento oportuno. Uma vez iniciado o tratamento, a paciente receptora dos óvulos começa o preparo do útero com hormônios, para deixar o endométrio receptivo aos embriões.
Sabemos que a maioria dos casais que precisa recorrer ao processo de doação de óvulos passa por um período importante de reflexão e aceitação da ideia de conceber um filho com material genético de outra pessoa. Nestes casos, a decisão deve ser de comum acordo entre o casal para estarem preparados para encarar de maneira totalmente aberta as outras possibilidades de formação familiar.
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Material publicado originalmente na Revista Saúde.
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