Doenças comuns que afetam a fertilidade feminina
Existem diversas razões para a dificuldade de engravidar. Nem sempre é fácil identificar qual a causa principal ou decisiva. Pode ser algo relacionado à fertilidade feminina, masculina e, até mesmo, uma combinação das características de ambos.
Quando se leva mais de um ano tentando conceber um bebê sem sucesso, com relações sexuais frequentes, vale a pena investigar. Procure um atendimento médico e solicite o diagnóstico de fertilidade feminina. Nessa avaliação, é feito um levantamento detalhado a respeito da saúde da mulher e de seu histórico ginecológico.
Nesse processo, são investigadas as possibilidades que interferem nas chances de gravidez. Em relação à fertilidade feminina, existem doenças comuns que afetam a concepção e que devem ser observadas para dar o tratamento correto. Essas enfermidades podem afetar, principalmente, o útero, as tubas uterinas e os ovários. Veja quais são:
Fertilidade feminina e a endometriose
É a principal causa associada à infertilidade feminina. Estima-se que 40% das mulheres com problemas de fertilidade tem endometriose. Nem toda mulher com endometriose será infértil, mas um terço delas tem dificuldades de engravidar. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, de 10 a 15% das mulheres em idade fértil – 15 a 49 anos – tem endometriose. Isso representa cerca de 7 milhões de brasileiras.
O endométrio fica na parte interior do útero; é um tecido que descama a cada mês quando não há gravidez. A doença que se caracteriza pela presença de endométrio em outras partes do corpo, seja nos órgãos reprodutores ou não. O mais comum e prejudicial à fertilidade feminina é quando acomete as trompas, ou quando está associada a alterações hormonais que tornam a gestação mais difícil.
Fatores relacionados aos óvulos ou à ovulação
Para a fertilidade feminina, são necessárias a produção e a liberação de um óvulo, num processo conhecido por ovulação. Entre as desordens que podem ocorrer nessa etapa, estão a ausência ou a falta de periodicidade na produção de óvulos. Calcula-se que a anovulação responde por 25% a 50% das causas de infertilidade feminina. Conheça algumas:
● Síndrome dos ovários policísticos: é um desequilíbrio hormonal que afeta a ovulação, uma das patologias mais comuns. Pode ter como sintomas a falta de menstruação por mais de três ciclos (amenorreia), o crescimento de pelos em partes do corpo mais comuns aos homens (hirsutismo), obesidade e a presença de múltiplos e pequenos cistos nos ovários.
O diagnóstico é feito por meio de exames, como a ultrassonografia – para checar os ovários – e a coleta de sangue – para avaliar o nível de diversos hormônios, como testosterona, androstenediona, prolactina, insulina, entre outros.
● Disfunção no hipotálamo: dois hormônios produzidos pela glândula pituitária (ou hipófise) são responsáveis pela ovulação a cada mês: FSH e LH. O excesso de exercícios físicos, o estresse emocional, grande perda ou ganho de peso podem interferir na produção desses hormônios, o que prejudica a ovulação.
● Insuficiência ovariana prematura: também conhecida como menopausa precoce, ocorre quando mulheres abaixo de 40 anos deixam de ovular. As causas podem ser doenças autoimunes, origem genética, tratamento por quimioterapia, infecções, entre outras.
● Excesso de prolactina: a hiperprolactinemia reduz a produção do estrogênio, o que pode afetar a fertilidade feminina. Doenças que afetam a tireóide – como o hipotireoidismo – também têm consequências semelhantes.
Alterações tubárias
Danos nas trompas podem impedir que o esperma alcance o óvulo, ou então que o óvulo fecundado passe para o útero. As causas dos danos ou bloqueios podem ser:
● Infecção pélvica: são doenças causadas por bactérias, como a clamídia, a gonorreia e outras doenças sexualmente transmissíveis. Podem ser tratadas com antibióticos.
● Cirurgias anteriores: realizadas na região pélvica ou no abdome, incluindo as de gravidez ectópica, ou seja, geradas fora do útero.
Causas uterinas ou cervicais
Para se desenvolver, o embrião precisa penetrar no endométrio, que é a parte interna do útero. Falhas hormonais podem prejudicar essa implantação. São fatores mais raros, e podem causar abortos repetidos.
● Miomas: pólipos benignos são comuns. Podem bloquear as trompas ou dificultar a implantação. Entretanto, muitas mulheres conseguem engravidar apesar dessa condição.
● Malformações: são congênitas, e podem dificultar a implantação ou causar o abortamento.
● Sinéquias uterinas: são cicatrizes que distorcem a cavidade uterina, geralmente causadas por curetagem ou infecções.
Como vimos, as causas que interferem na fertilidade feminina são diversas. Algumas apresentam sintomas bastante claros; outras, nem tanto. É por isso que vale ficar atenta aos sinais de seu corpo e investigar o que pode causar a demora na concepção de um bebê. Muitas vezes, há tratamentos que tornam possível a realização do sonho de gerar um filho. Busque informação e veja qual o seu caso.
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